logar-se AFAPC no Facebook

Artigo: Como funciona o tráfico de drogas

Artigo: Como funciona o tráfico de drogas

14/10/2013

Imagens de Nossa Senhora Aparecida recheadas de cocaína. Noutro, 5.000 quilos de maconha escondidos sob um carregamento de farinha de trigo. Com um estudante de medicina, cinqüenta comprimidos de êxtase. Drogas num fundo falso de uma falsa bíblia. Vestido de padre, um jovem arriscou embarcar num avião com quatro quilos de cocaína sob a batina. Num caminhão, brinquedinhos de papai-noel para crianças pobres com cocaína dentro. Nas fraldas do bebê, várias pedras de “crack” e muitos outros subterfúgios. No aeroporto um casal embarca com um bebe de colo falsamente dormindo e seu estomago recheado de cocaína.

Mundo moderno, traficantes modernos. E a internet entrou em ação. Com um “click” é possível negociar vários tipos de drogas, jovens mantém conversas sobre novos entorpecentes, remédios que têm poderes alucinógenos. Marcam reves e abertamente publicam que nos três dias de festa vai rolar de tudo.

Tem sido assim em todo o Brasil. No atacado ou no varejo, os traficantes tentam levar suas “mercadorias” aos consumidores.

O homem que faz a ponte, entre os produtores e os grandes traficantes é chamado de “matuto ou mula” é este que diariamente é preso pela policia levando a droga em diferentes modos de burlar a fiscalização.

No narcotráfico tem o “químico”, que é contratado pelo grande traficante.

O químico é o responsável por “batizar” e “criar” as drogas, ou seja, pelos ingredientes que vão ser misturados a ela, geralmente é uma pessoa acima de qualquer suspeita e muito estudada.

Existe também o “arquiteto ou “engenheiro” responsável por criar meios que não possam ser descobertos para as “mulas” passarem com a drogas, é eles os responsáveis pela infra-estrutura do transporte. Pessoa acima de qualquer suspeita, rico e poderoso na região que reside. 

Haaa... Quem comanda tudo isso?

É muito complicado, quem comanda o tráfico tem toda uma estrutura para viver dentro de casa, sempre em condomínios fechados de pessoas abastadas. Para se manter incógnito, tem muitos outros negócios empresariais. Além de propriedade, o traficante é dono de imóveis, fazenda, roda em carros blindados e de ultima moda. Sua fortuna é alta.

As semelhanças entre o chefe do cartel e um executivo bem-sucedido não se limitam à aparência nem aos hábitos de consumo. Ele gerencia seu negócio como um empresário do mundo globalizado é uma pessoa de eminente perfil executivo, de aparente decência, cavalheirismo e profissionalismo. Nada que lembre um criminoso.

Fazem parte de seu convívio onde mantém ramificação e apoio, empresários bem sucedidos, políticos, autoridade civil e militar, pertence á alguma sociedade discreta e principalmente com os sistemas financeiros bancários.

O tráfico de drogas interessa a um mercado internacional no qual circula um dinheiro ilegal que é bem vindo a sustentação capitalista. Mas com uma função efetiva dentro do mercado internacional.

Isso nos trás à tona que os EUA são o país maior consumidor de droga desde a segunda guerra mundial e mesmo assim, os americanos criminalizam, simplesmente porque um produto do crime tem um preço altíssimo, assim esse dinheiro corre livre talvez até para financiar operações militares e invasões de outros países e ao contrário do que se pensa o país produtor nuca se desenvolve, veja o caso da Bolívia, Colômbia, Peru e Paraguai.

A droga no Brasil tem vários roteiros para sair no sentido da Europa, isso encarece ainda mais o produto. E aqui têm muitos dos chefões com braços fortes e coesos dentro dos vários poderes, legislativo, judiciário, executivo e até das forças armadas. Aqui já ocorreu a interceptação de um avião da FAB que sairia para Europa com muita droga a bordo, quem estava sob o comando da operação era um comandante e o dono era um general.

Só que o poder e o dinheiro que ela rende sendo ilegal mantém uma circulação dentro do sistema capitalista que é usado para fazer aquilo que a lei proíbe, aqui e no resto do mundo onde é usada de forma criminal, na compra de obras de arte, pedras preciosas, contas offshore, bilhete de loterias, casas noturnas, motel, agiotagem.

Diante disto tem se uma consideração final sobre o tema exposto relembrando os casos do ex-deputado federal e ex-coronel Hildebrando Pascoal e de Juan Carlos Ramírez Abadía.

 

Artigo escrito por Israel de Souza Brito - Investigador de Polícia da Delegacia do Adolescente, Graduado em Geografia e Pós Graduado em Gestão Ambiental.

www.tribunapopular.com.br

 

<<  voltar à notícias