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Artigo: Como se forma um criminoso

Artigo: Como se forma um criminoso

11/07/2013

O crime é a resposta do indivíduo ao meio em que vive e ainda depende do cruzamento de vários fatores sociais. Há muitas teorias diferentes sobre o assunto, destacando vários argumentos da vida em sociedade para explicar por que, certas pessoas resolve traficar, roubar, matar ou estuprar. Muitas desses argumentos em geral os mais simples tornaram-se vulgares, como os que culpam só a pobreza pelos crimes.

O criminoso forma a personalidade com o resultado obtido pela educação recebida na infância, volto a dizer, a orientação dos pais na construção do comportamento futuro do filho é um período vital para a estruturação da personalidade adulta. É como moldar uma massa de argila; o que ele aprender, ouvir, ver, sentir vai sendo armazenado e irá compor a maneira como agirá no futuro. Quando nascemos, aos poucos, vamos dando conta de que conseguimos nos mover. Com o passar do tempo já pré-adolescente, percebemos que a família já não consegue impor respeito às condutas com base nos exemplos domésticos, pela falta de afeto, violência, palavrões, maus hábitos, desamor o que nos torna presas fáceis de sermos direcionados para o caminho do mal.

O que evita o crime é o reconhecimento de seu valor que a criança recebe na família e no seu grupo social. Se a criança só experimenta rejeição, ressentimento, insegurança e ódio de si mesma, ela tende a não se identificar com esses valores da sociedade, faz diferença se o comportamento ideal é ser “trabalhador” e “honesto” ou se ela cresce entre pessoas que acham bacana ser “esperto” e “levar vantagem”.

O medo da punição: é neste contexto que entra a qualidade dos trabalhos da polícia, da justiça e do sistema prisional. Como no Brasil, há pouca chance de um criminoso ser punido como a sociedade deseja o que resta para nos desviar do caminho do crime seriam a vergonha, a moral e outras normas sociais que nos foram ensinadas por pessoas importantes como a mãe, o pai, a avó, o irmão mais velho, os ditos amigos.

Há muita gente que acha o Brasil injusto, gente que não vê perspectiva de melhorar na vida, são por meio da religião, da profissionalização, da educação e da família que são transmitidos os valores sociais. Sem eles, os jovens crescem sem o espólio da civilização, A religião tem papel crucial, pois o criminoso ateu conclui que Se Deus não existe, então vale tudo. Pai e mãe passam o dia fora, trabalhando, deixam os filhos para serem criados na rua, à mercê da influência de outros jovens, muitos deles já delinquentes, há ainda que se ver se ele está sendo criado, só pelo pai ou pela mãe isso quando os tem.

Entre tantas causas da criminalidade, há pelo menos duas que independem de outras, que são o sexo e a idade da população, quanto maior for o percentual de homens jovens na população, maior será a taxa de criminalidade.

As influências de amigos e o desejo de amizade são especialmente fortes; ha necessidade de dinheiro, de afirmação de valores individuais.

Ao sair da adolescência, os jovens diminuem a delinquência porque estreitam seus laços com a sociedade, por meio do emprego, do casamento, de novos ideais. Referindo se ao sexo, as explicações mais aceitas, são as que dizem que os meninos diferem das meninas, pois são incentivados a serem agressivos, machões etc.

Certamente antes de aprovar mais leis como a da maioridade penal e outras mais rigorosas, inundar as comunidades de policiais, construir mais presídios ou comprar mais carros de polícia, é preciso entender a origem dos crimes no Brasil e admitir que a sociedade em geral seja parte de suas causas.

ISRAEL BRITO- Investigador de Polícia no Paraná, Graduado em Geografia e Pós-Graduado em Gestão Ambiental, Ex Professor da Rede Estadual de Ensino

www.jtribunapopular.com.br

 

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