logar-se AFAPC no Facebook

Artigo: O álcool, o alcoolismo e a criminalidade

Artigo: O álcool, o alcoolismo e a criminalidade

16/08/2013

Quando você está chateado, o que pensa fazer? Sair com os amigos para uma happy hour? Chegar a sua casa e tomar uma dose da bebida predileta? Os problemas parecem ir embora ao primeiro gole. Assim como tinham sumido ontem, anteontem e em todos os dias da semana passada. De repente você começa a ficar incomodado. Será que já é tempo de parar de beber? 

O álcool é a droga mais usada no mundo e também a mais antiga que se tem conhecimento. Basta lembrar que o primeiro milagre de Jesus Cristo foi transformar a água em vinho. 

Se para alguns o álcool é um prazer, para outros, cerca de 10% da população mundial, é um vício que desagrega famílias, mata pessoas, é responsável pela maioria dos acidentes do trabalho e do trânsito, e é a grande causa de aposentadorias prematuras de trabalhadores dependentes. 

A campanha que aconselha a não dirigir embriagado não quer que as pessoas parem de beber, e sim que parem de se acidentar. Se você gosta de beber, não está sozinho: A faixa maior de afetados pelo alcoolismo se situa entre os 45 e 64 anos de idade, mas na juventude situada entre os 16 e os 24 anos está cada vez mais fazendo dependentes de álcool.  

A ingestão de álcool no Brasil é maior que a de leite. O álcool age no sistema nervoso central, assim como a maconha, a cocaína e o crak. O álcool vicia mais que maconha e causam mais danos que todas as outras drogas juntas, se somarmos aí os prejuízos causados por acidentes, conflitos regados a bebida e doenças. 

O problema relacionado ao álcool tem um nome: dependência química, e quem têm esse problema é conhecido como alcoólatra. O corpo também sofre sob o uso abusivo. Saiba que o corpo demora três dias para se livrar do efeito de um porre, ou seja, o raciocínio demora isso tudo para voltar ao normal. O fígado leva uma hora para processar apenas uma lata de cerveja. 

Mas muitas doenças podem ser causa, e não efeito da bebedeira, na maior parte das vezes a depressão leva ao uso do álcool, e não o contrário. Estudos apontam que filhos de alcoólatras têm quatro vezes mais chances de se tornarem dependentes. 

Hoje, o fumante, felizmente, é discriminado pela sociedade. O álcool, infelizmente, é cultural em nosso meio. E o mais incrível é que, dentre as drogas estudadas, apenas ele, e somente ele - o álcool - pousa como livre de qualquer proibição ou restrição ao consumo. È enorme as ocorrências de acidentes de trânsito, com mortes e lesões graves, que ocorrem também sob a influência do álcool, quase todo final de semana e feriadões. 

A carnificina e os crimes sob o comando do álcool são alarmantes. Não podemos mais fazer de conta, fingir e fugir desse mal que afeta nossa população. Até parece que o álcool não faz mal a saúde! Este mau hábito, muitos esquecem, onera os cofres do governo com as despesas, os acidentados de trânsito deixam famílias destruídas, interrompe futuros e sonhos, lota os leitos hospitalares e as covas dos cemitérios. 

Desastre é para quem morre, fica mutilado ou em cadeiras de rodas por consequência do álcool. A questão do álcool é inquestionável, jamais polêmico, porque não se pode confrontar vida com bebida. É preciso ter coragem para enfrentar o poder da bebida alcoólica, que é muito grande no Brasil. 

Alguma coisa precisa ser feita. A sociedade tem que dizer de que lado ela está: da vida ou do lucro do comércio da bebida? O álcool é a quarta droga mais nociva à saúde física e mental, influenciando sobremaneira nos indicadores de violência. Estão relacionadas com os acidentes de trânsito, homicídios, lesões corporais, vandalismos, crimes de ameaças, logo em seguida consumadas que tem como causa a violência doméstica, seguida por brigas em bar e acertos de contas, e como principal influenciador o consumo de álcool. 

É preciso que o País comece a investir mais na educação para que o problema possa começar a ser resolvido. Os currículos escolares deveriam ter uma disciplina que orientassem nossas crianças sobre o mal que o álcool causa na vida de uma pessoa. Pesquisas também comprovam que o uso abusivo desta substância por um membro da família pode despertar na criança, precocemente, o interesse pela bebida. 

Não há lugar para um indivíduo fazer o que quer se prejudicam outros.  O abuso do álcool não afeta apenas o alcoólatra, mas também sua família e comunidade.  Há grande sabedoria por parte do governo se vier a restringir o excesso do álcool. 

ISRAEL DE SOUZA BRITO, é Funcionário público estadual (ex) professor efetivo da rede estadual de ensino.

www.jtribunapopular.com.br

<<  voltar à notícias