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DECISÃO DO GOVERNO DO ESTADO PODE ACABAR COM O GAECO

DECISÃO DO GOVERNO DO ESTADO PODE ACABAR COM O GAECO

27/01/2014

A determinação da Sesp (Secretaria Estadual de Segurança Pública) para que os policiais do Gaeco (Grupo de Atuação em Combate ao Crime Organizado) trabalhem em forma de “rodízio”, ou seja, atuando no grupo por no máximo dois anos, pode acabar com o serviço de inteligência, conhecido por trabalhar em investigações minuciosas e de bons resultados.

No dia 30, às 9h, em Curitiba, as coordenadorias de todos os núcleos se reunirão para decidir o destino do grupo, já que, com a nova determinação do Estado, os policiais são indicados pela própria Secretaria.

O problema é que alguns dos policiais civis e militares indicados não têm interesse nem perfil para atuar no grupo. Isso fez com que o Gaeco recusasse muitos profissionais indicados, por entender que o trabalho sem satisfação não traria bons resultados.

“Desde que saiu essa ideia do rodízio tentamos reverter isso, e já foi argumentado que a medida vai contra a eficiência das investigações porque, com o rodízio, o policial que está por dentro de uma investigação que envolve uma organização criminosa deixaria de realizá-la, e um novo policial integraria a corporação. Porém, este teria que começar do zero, o que não é produtivo, pois não haveria uma sequência em determinada operação, meses se perderiam e o prejuízo seria muito alto. Mesmo com as argumentações, a situação não se inverteu”, afirma a promotora Juliana da Costa, do Gaeco de Cascavel.

Além disso, o efetivo do grupo em todo o Estado já foi afetado, segundo ela. No total, os núcleos atuavam com 59 profissionais e agora estão com 32 e há novas previsões de saídas. Em Cascavel, desde abril de 2013 a defasagem é de quatro policiais. “Não estamos conseguindo integrar novos profissionais por conta das medidas da Secretaria. Estamos com sete policiais e, com a nova medida, até novembro sai o último profissional”, lamenta a promotora Juliana Costa.

A preocupação aumenta pelo fato de Cascavel estar em uma região fronteiriça com grande incidência de tráfico e contrabando. Diversas operações estão em andamento, abertas a partir de denúncias trazidas do decorrer do ano passado. Com o efetivo reduzido, os investigadores estão sendo forçados a estipular prioridades. “Tentamos fazer algumas operações em conjunto. Duas foram finalizadas no ano passado, uma será finalizada neste ano. Mas tudo mediante muito trabalho, na madrugada, nos fins de semana, e com muita dedicação, isso graças à confiança estabelecida entre a equipe”, comenta a promotora.

Ela não concorda com a ideia do rodízio. “A argumentação é da troca de experiência caso o policial integrasse outros serviços de inteligência. Mas, dos que saíram nenhum se encaixou neste caso”, garante Juliana Costa.

No dia 30, em Curitiba, a previsão é de que todos os policiais sejam colocados à disposição e novas operações sejam suspensas. “Já as investigações que estão em andamento seriam encerradas de forma mais célere possível. Sem os policiais, não será possível dar início a novas investigações”, finaliza.

Outro lado

De acordo com a Sesp, as medidas adotadas em relação ao Gaeco foram praticadas no exercício regular da competência constitucional e legal do secretário de Estado da Segurança Pública, nos termos do que dispõe a Lei Estadual nº 8485/87. Todos os protocolos relativos a essas movimentações foram encaminhados à coordenadoria do Gaeco para manifestação e nenhum deles teve retorno. Para a Secretaria, o enfraquecimento, se existente, está sendo causado pelo próprio Gaeco, que tem recusado sistematicamente os policiais indicados pela Sesp, “o que denota, inclusive, um desrespeito à corporação policial”. (O Paraná)

Fonte e Foto: Site Foz Noticia

www.jtribunapopular.com.br

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